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66. Tudo junto e misturado

 O mundo foi, aos poucos, voltando ao "normal". As vacinas vieram e mudaram o cenário. Mas a humanidade pagaria o preço, como consequência desse isolamento doido.... Minha saúde mental, que já não estava tão boa, piorou um pouco mais. Então, contrariando a todos, resolvi largar o tratamento. Parei com a medicação , juntamente com o momento em que enfrentava um COVID fraco, porém que deixou muitas sequelas. Brinco que esse vírus pegou todas as nossa sabedoria emocional, colocou em um saco e chacoalhou... Até perdermos nossa identidade enquanto povo. Eu perdi a minha.  Serviço, casa, filhas, tudo junto e misturados! Não foi nada fácil recomeçar! Na escola, muita tecnologia! Tivemos que nos apropriar de tudo ao mesmo tempo em que ensinávamos, loucura total.  Resolvi, além de largar a medicação, largar a terapia também e, de quebra, assumir a coordenação da escola, algo que queria fazer há muito tempo e, finalmente criei coragem. Estava em um momento "dou conta", sou in
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65. O trabalho invade a vida

Pandemia! Eis que tudo muda. Nunca vimos nada assim, capaz de paralisar o mundo! Foi tão anormal que as vezes ainda parece mentira.  Mas, não, não é mentira. Há um vírus forte o suficiente para desafiar a ciência e matar milhões de pessoas. E está em qualquer lugar.  2020: o ano que nos obrigou a sermos diferentes.Começou com carinha feliz, de esperança e muito trabalho. De repente, nos surpreendeu em proporções gigantescas e a vida pediu reinvenção.  A primeira coisa que mudou foi o trabalho, ele veio para dentro de nossas casas e, antes que nos déssemos conta, nossa intimidade foi escancarada.  Não deixamos de trabalhar, mas precisamos aprender um jeito novo. Sim, temos filhos! Sim, eles choram, se irritam e resistem como se quisessem gritar: "Não está certoooo! Não aqui, em nosso lar! Aqui você é nossa mãe!" Retrocesso total na luta das mulheres, altos índices de mães desempregadas: foram as primeiras, cujas cabeças rolaram. Foi escancarado o mundo patriarcal que se fingia

64. Fênix

 Entregando os pontos? Jamais! Meu nome é Fernanda, sou de escorpião, filha de nordestino com Italiana e amo duas meninas. Nada me faz desistir!  Sim, é verdade que caio muitas vezes, mas para levantar ainda mais forte! Muito eu! Tenho duas lindas garotinhas, por elas encontro força. Não, não queria me submeter a medicação e seus efeitos colaterais... Mas o que não tem remédio, remediado está. Através do tratamento, vou permanecendo. Sem picos muito altos ou muito baixos. Apenas oscilando... Como onda sem espuma em mar tranquilo. Vou seguindo nesse vai e vem.  Descobrindo, pouco a pouco prazeres antes não vistos. Como se a vida ganhasse novas cores e sabores. Bem devagar vou experimentando tudo, redescobrindo uma alegria que ficava abafada pela doença.  Janeiro, fevereiro, março de 2020: é tempo de parar. #fiqueemcasa. De repente, o que era tão normal, fica estagnado. As mochilas são guardadas, uniformes amontoados. Os potes com nomes para o lanche perdem sentido. Deixa de existir a co

63. Entregando os pontos

20 de novembro de 2019, uma quarta-feira: o dia amanheceu estranho. Estou cansada. Não cansada de "putz, que dia!". CANSADA de alma. Não respiro bem. Como se a vida me deixasse exausta, sabe. Mais discussões com a Bela. Não sabia, juro, que a teimosia da adolescência poderia chegar antes. Dirijo até a escola, apesar de meu corpo inteiro e pensamentos, pedirem o contrário. Começo a aula, vários alunos falam comigo ao mesmo tempo: primeiro branco  do dia (não consigo continuar, a voz, cansada, quase não sai, o ar também não). Não consigo retomar o conteúdo. Insisto! Medo. Estou perdendo o controle de tudo? Quarta aula do dia e mais um branco. Mente embaralhada. Preciso voltar para eu mesma, minhas filhas precisam de mim e eu também. Pressão na nuca, forte. O peito aperta, sufoca. O braço pesa. Minha cabeça não suporta mais informações. Saio no meio do período. Procuro um cardiologista. Após vários exames sou encaminhada para o psiquiatra. Dezembro: antidepressivos, depressão cr

62. A segunda primeira semana de aula de minha vida

E chegou o dia: Isadora iniciou sua jornada! Tive todo mês de julho para preparar meu coração. Ele não ficou doído, apenas apreensivo. Normal, certo? A mesma idade com que foi a Isabela, a mesma vontade de viver também. Segurou a própria bolsa, como quem diz: "daqui para frente é comigo, mamãe"! Soltou a minha mão, agarrou a da irmã e seguiu.  Parei! De repente me senti pequena diante de tanta bravura! Ouvi o primeiro choro, aquele do dia em que nosso cordão foi cortado e, por mais uma vez, senti a separação.  Ela foi andando, de mão dada com a "Tata", segura de si e feliz! Entrou no parque e ficou olhando, encantada, as demais crianças.  Um charminho aqui, uns beijinhos nos amigos, acolá e, pouco a pouco, foi se mostrando capaz, ainda que procurando meu olhar.  Tão pequena e já sabe: ele sempre estará lá. De longe, quieto, pronto para aplaudir ou acolher.  Chorou para dormir. Eu também ainda choro as vezes, querendo voltar para o lugar mais seguro do

61. "Mamãe, diga que sou a irmã dela!"

"Mamãe, diga que sou a irmã dela!"  Este é o pedido insistente cada vez que alguém para e comenta sobre o quanto a Dora é charmosa. Dói sempre, sabiam? Em mim e nela, minha Bela 😍. Incrível a capacidade que as pessoas, mesmo que sem desejar, tem de transformar minha garotinha na menina invisível.  Elogios só surgem caso a pessoa também tenha o segundo filho. Provavelmente por já ter visto o mais velho ser ignorado trilhões de vezes e ter sentido o peito apertado como o meu. Procuro adiantar-me, quando dá tempo, e ir logo falando: "Uma fofura, né, como a irmãzinha mais velha!"  Quando isso acontece, ela ergue o queixinho, olha nos meus olhos e sorri: há um "obrigada" silencioso. Mas, quase sempre, ela se adianta, antes mesmo de dizer qualquer coisa, de queixo erguido, novamente, olhos de súplica, voz baixinha: "Mãe, diz que somos irmãs!" É doído de ver, mas, na mesma proporção, reconfortante: ela aprendeu a se defender da invisib

60. Um ano sendo mãe e de duas! 🐰🐰

Sessenta capítulos! Ual! Que lindo! E bem após um ano sendo mãe de duas! Cósmico? Alguém sabe a simbologia desse número? Deixe pra lá...  Até porque, não quero falar só de festas. Tenho balanços a fazer! Prós e contras! Como sempre, ou não seria  eu, a mãe que erra, diferente das dos manuais, nem melhor nem pior, apenas sabendo como é maravilhoso ser mãe, mas sem me proibir de falar do quanto é trabalhoso também! Confesso que cuidar de duas não é imensamente impossível como imaginei. Acho que o que levei um tempo para perceber é que essas pequenas sapecas que Deus me deu são pessoinhas bem diferente uma da outra. O que não funcionou com a primeira pode, sim, dar certo com a segunda e vice-versa. Descoberto isso, após alguns meses, seguimos melhor. Bebela, quando quer algo, esperneia, grita, deixa-me maluca (podem aumentar isso para 20 vezes). A outra, sorri, joga beijo e dificulta muito o "não". Mas agora já entendi, Isadorinha, não cairei tantas vezes como antes